A história de hoje me deixou emocionada, pra variar (risos). Aliás, quando recebo o texto das empreendedoras, eu consigo imaginar algumas situações e quase sempre me emociono em saber que, depois de muita luta e sofrimento, as gurias conseguem realizar o sonho.  

Mudança de rumo, emprego sufocante, dificuldade financeira e mais alguns desafios não foram suficientes para impedir a Flávia de ter seu negócio. Com vocês, Flávia Paim, 27 anos, nascida e criada no bairro Rubem Berta, Porto Alegre, e proprietária do Studio de Beleza Flavia Paim.  

Estética voltou na vida de Flávia. Foto: Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal

FOI ASSIM

“Antes de abrir meu estúdio, eu trabalhava como secretária. Foram cinco anos. Mas, antes ainda, logo que saí do Ensino Médio, tive a primeira experiência no ramo da estética, e não foi legal. Iniciei um curso de cabeleireiro e maquiador e comecei a trabalhar em um salão num bairro nobre da Capital, e passei muitas dificuldades. Precisava pegar dois ônibus para me deslocar até lá (ou seja, quatro ônibus por dia), pagar as parcelas do meu curso, comprar material e alimentação do que recebia como auxiliar de cabeleireiro. Claro que o dinheiro não dava nem pra metade, muitas vezes trabalhava o dia inteiro com fome. Entrei no SPC aos 18 anos, pois não conseguia pagar as parcelas do curso.”

ERA DESTINO

“Tudo isso, somado ao meu cansaço, me fizeram desistir. Foi então que comecei a trabalhar como secretária em uma clínica. Só que o destino me fez voltar para a estética. Meus colegas começaram a pedir atendimento (sobrancelha, cabelo). Voltei a fazer cursos estéticos para me atualizar, inclusive, peguei emprestado o cartão de crédito de uma prima para fazer um curso de maquiagem em Uberaba (MG). Minha cartela de clientes começou a fluir, e, em 2019, me dei conta de que estava negando atendimentos durante a semana por causa do serviço. Troquei a CLT pelo meu sonho de ser empreendedora.”

ABRI O STUDIO 

“Meu namorado (hoje noivo) encontrou uma sala comercial na Assis Brasil, e o valor do meu seguro-desemprego pagaria o aluguel. Ele colocou o nome dele junto, na tentativa de alugar, e deu certo! Quando peguei as chaves, beijava e abraçava as paredes da sala. Era o meu sonho. Só que, em 2020, veio a pandemia. Chorava noite e dia, intercalando com uma reza forte! Decidi fazer algo para manter o meu negócio. Fui estudar mais sobre outras técnicas. Ao fim, a pandemia me ajudou a dar uma reviravolta no negócio.”

Realizada em empreender. Foto: Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal

DAQUI PRA FRENTE

“Meu trabalho me levou longe, e eu nem imaginava tanto. A pessoa que mais me motiva é o André (noivo). Eu sei que, sozinha, eu conseguiria o que tenho hoje, mas sem o apoio dele teria sido ainda mais difícil. Quero começar a dar palestras e mentorias. São quase dez anos correndo atrás para ter o que tenho. Sinto uma imensa gratidão, aprendi muito, e tudo que passei me tornou a empreendedora forte que sou hoje.”

Parabéns, Flavia! A coragem de empreender é o que garante a alegria da realização. Quem quiser conhecer mais sobre o trabalho da Flavia, pode acessar o Instagram @flaviapaimstidio

RECADO DA CRIS 

“Se a vida não ficar mais fácil, trate de ficar mais forte”.