Perdoar vai muito além de fazer as pazes com alguém ou com a sua consciência. Um estudo publicado pelo Journal of Health Psychology, da Inglaterra, apontou que perdoar contribui para a saúde mental. E a história de hoje mostra isso: o poder do autoperdão. Depois que a Andressa conseguiu se perdoar, ela voltou mais forte e feliz. Com vocês, Andressa Caroline Stemieski Nunes, 40 anos, moradora de Sapucaia do Sul e proprietária da confeitaria Amor no Doce.  

Foi assim

“Eu trabalhei desde os 20 anos com Recursos Humanos e Departamento Pessoal. Não me sentia completa e, aos poucos, fui entendendo o que me ligava tanto com os doces. E que dores muito profundas estavam ligadas com tudo isso. Meu negócio surgiu em 2018, a partir de alguns movimentos que fui vivendo e através de muito estudo e processos de autoconhecimento.”

Eu me libertei

“Desde pequena, até meus 34 anos, não sabia quem eu era. Eu fazia coisas sem saber o que sentia. Cresci com muitos pensamentos ruins e me sentia muito mal. Um dia eu descobri que não eram pensamentos, eram lembranças de um abuso sexual que sofri na infância, até os meus seis anos.”

Me conheci

“Fiz todos os tipos de terapia: psicóloga, floral, fui em centro espírita, em sessões de umbanda, fiz meditações, li livros, estudei sobre as consequências do abuso sexual infantil na vida adulta. Coisas que me ajudaram a juntar peças que estavam misturadas. Eu era uma pessoa separada em várias partes: a criança abusada, a adolescente estuprada, a adulta com raiva, porém somos uma só.”

E perdoei

“Com os doces, eu comecei a sentir uma doçura e inocência que nunca havia vivenciado. Me sentia feliz, pura, divertida. Os doces são minha cura, meu caminho do perdão, minha conexão comigo mesma, com meus sentimentos, emoções e, agora, os doces estão me ensinando sobre sonhar e realizar.”

Amor no Doce

“Meu negócio, eu chamo de confeitaria afetiva. Faço doces por encomenda e tenho uma proposta e atendimento bem personalizado, direcionado ao cliente. Eu descobri que tenho muitos sonhos. Antes, nem sabia o que me fazia feliz. Quero ensinar outras pessoas, ajudar, quero ter uma loja física, quero estudar mais para me sentir cada dia mais segura dos processos que faço.”

Daqui para frente

“O que me faz seguir é olhar para trás e ver o tanto que me perdoei, que me permiti resgatar coisas que sempre foram minhas por direito e viver isso todos os dias. Apesar de, muitas vezes, não reconhecer meu verdadeiro valor, olho pra tudo que já passou e tudo que já ressignifiquei e volto aos trilhos.”

Recado da Cris

“Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, acorda.”