O KIT COMPLETO
Com certeza vocês já ouviram a expressão “ele veio com o kit completo”. As pessoas costumam dizer isso quando o parceiro que a gente começa a namorar já tem filhos de uma relação anterior.
Foi o meu caso, há dez anos, quando conheci o Paulo, ele já tinha dois filhos, o Arthur e o João Pedro, na época tinham 2 e 6 anos. O Paulo esperou nossa relação firmar para só depois me apresentar seus filhos.
Esse cuidado para ver se a relação iria prosperar foi certíssima e, acredito que tenha sido fundamental para que as crianças me aprovassem.
Nossa relação prosperou tanto que tivemos o Matheus. Mas, o assunto hoje, é sobre ser madrasta, termo que eu substituí por “boadrasta” porque o sinônimo de madrasta, no dicionário, é mulher má, incapaz de sentimentos afetuosos e amigáveis, e eu me nego a dizer que sou essa bruxa.
Namorar alguém que tem filhos de uma outra história é bem normal e não deveria ser complicado mas, muitas vezes, as pessoas se atrapalham nos espaços que ocupam e acabam gerando sentimentos bem ruins pelas crianças e aí a coisa desanda mesmo.
Confesso para vocês que nunca tive problemas com os meninos, os filhos do Paulo sempre foram incríveis e me aceitaram desde o primeiro dia, foi aprovação à primeira vista, graças a Deus.
Mas acredito que fiz por merecer. Algumas regras sempre foram bem claras para mim e aproveito para dividi-las com você leitor (a) que está nessa situação.
Primeiro de tudo, quando você chegou os filhos já estavam aí, então, chegue para acrescentar e não para dividir. Segundo, não tente ser quem você não é, saiba o seu lugar.
O grande erro é querer substituir a figura da mãe ou do pai. Outra coisa, não destrua nem diminua a história que seu parceiro teve com a outra pessoa, construa a sua e não perca um segundo com o passado dele.
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ESSA É BEM IMPORTANTE: jamais fale mal do ex – parceiro, principalmente na frente das crianças. Pense, você acha legal falar mal do seu pai ou da sua mãe? Não né.
Nunca, em hipótese alguma, discuta com as crianças. Faça ouvido de mercador, releve, conte até mil mas não entre no jogo, lembre-se quem é o adulto da história. Converse sobre o episódio com o seu parceiro, peça ajuda e resolvam juntos o que fazer.
Última e mais importante, ame como se fossem seus filhos mas não espere esse sentimento de volta. Talvez até volte mas demore um bom tempo para chegar, se chegar.
Bom, por fim, gostaria de dizer que somos felizes e que também temos nossos dias de conflitos e perrengues como qualquer família. Mas descobrimos que juntos tudo fica mais fácil, tudo fica mais forte.
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