Como diz o nosso colega Fabrício Carpinejar, “o amor é a religião dos ateus. Se você acredita no amor, acredita em um Deus que é secreto.” A história desse casal fala muito sobre amor e espiritualidade. Quanta sorte um homem precisa ter para olhar pela primeira vez para uma mulher e sentir que ela é o grande amor de sua vida? Pode chamar de sorte, de destino ou de acaso. Hans Ancina de Oliveira, o nosso “Hans da Rádio 92”,  prefere chamar de “privilégio”. 

Após oito anos de relacionamento e um filho lindo como resultado dessa união, Hans escolheu o dia 10 de março para pedir Mariana Alves, a famosa “Mari”, em casamento.

Foto: Rafaela Capitão / Rádio 92

Como a tua história com a Mari começou? 

A Mari era colega da minha irmã mais nova, a Laura. O nosso primeiro beijo foi no feriado de 1º de maio, em 2015. Foi nesse dia que tudo começou. A partir dali, fomos deixando acontecer, entre idas e vindas, encontros e reencontros. Em 16 de novembro do mesmo ano, no dia do aniversário dela, fiz o pedido de namoro. Não costumo ser muito bom com datas, mas tem algumas que é impossível não lembrar — e logo tu vai entender o porquê. 

O tempo foi passando, até que, alguns meses depois, a Mari começou a sentir sintomas estranhos. No dia 08 de março, resolvemos ir ao médico, que recomendou um exame de gravidez. O resultado sairia em até 48 horas. Lembro que, nesse dia, eu cheguei em casa e fiquei meia hora sozinho, olhando para as paredes. Já estava pensando em tudo que precisaria fazer, caso o resultado fosse positivo. 

Em 10 de março, dia do meu aniversário, eu ganhei o maior e melhor presente da minha vida: o positivo, que logo ganhou nome… Theo.

Com a descoberta da paternidade, existe mesmo a tal da “virada de chave”?

Sim e são muitas viradas de chave. Quando ganhei esse presente de 26 anos, que foi a descoberta da gravidez, eu já tinha usado aqueles dois dias de espera para pensar no que precisava fazer para cuidar da Mari e garantir que nada faltasse para o Theo. Tu vira pai antes do bebê nascer. E eu me apaixonei muito mais pela Mariana durante a gestação. Esse processo dos nove meses é apaixonante, independente de todos os desafios e das mudanças. 

Eu e o Theo ouvíamos música com ele ainda na barriga. O nascimento dele, em 19 de novembro de 2016, foi o momento da minha vida. Foram 14 horas de trabalho de parto. Eu brinco que parece uma final de campeonato, sabe? Demora, demora, demora… mas quando acontece, o tempo para. Foi exatamente assim.

Foto: Reprodução Instagram

Teve um momento em específico que me marcou muito. Nunca vou esquecer disso. Eu conversava bastante com o Theo durante a gravidez, e sempre usava uma entonação diferente ao chamá-lo de “filho”. Não sei explicar, mas é um tom especial, que eu só uso com ele. Enfim… Quando o Theo chegou ao mundo, a médica o colocou deitadinho e ele chorava muito. Até que, com o mesmo tom de voz que nós dois já estávamos acostumados, eu falei: “Filho, filho!”. No mesmo instante, o Theo parou de chorar e fez um semblante de atenção, como se estivesse atento ao meu chamado. Parece loucura, mas é a mesma carinha que ele faz até hoje quando eu o chamo. Naquele momento, ele parou de chorar e eu comecei… sem parar. 

Antes do Theo chegar, tu já sabia que a Mari era a mulher da tua vida?

Desde o primeiro momento. Eu sempre soube que era ela, e mais ninguém. Tenho a minha espiritualidade muito aflorada e, desde a primeira vez que a vi, sabia que ela era a minha pessoa. Mesmo nas brigas, eu falava: “A gente pode brigar, mas tu vai sempre ser a mulher da minha vida”.

Após o Theo nascer, passamos por muitas turbulências e resolvemos nos separar. Nós somos pessoas completamente diferentes. Mas, mesmo entre idas e vindas, o Theo sempre foi a nossa prioridade. As nossas dificuldades como casal nunca interferiram no meu papel como pai, e no dela como mãe. Podíamos discordar em outras coisas, mas sempre fomos os melhores pais que poderíamos ser. 

Durante a pandemia, eu fiquei três meses sem ver o Theo, por conta do isolamento social. A Mari trabalhava na linha de frente, como profissional de saúde, e eu estava na rádio full time, porque não conseguia mais trabalhar como DJ, já que o setor de eventos foi um dos primeiros que parou. Então, tudo foi um caos. O medo da doença, a grana apertada, longe do meu filho… posso dizer que foi um dos piores momentos da minha vida. Graças a Deus, nunca deixamos faltar nada para o Theo, mas foram tempos muito complicados para mim e para ela, em todos os sentidos.

Foi nesse período que, ainda separados, eu e a Mari nos reconectamos. Foi literalmente no meio do caos que a gente percebeu que somos uma família. Assim, fomos nos reconectando aos poucos. Passo a passo, respeitando os limites um do outro, decidimos retomar o nosso vínculo como casal. A verdade é que eu sou uma pessoa melhor ao lado da Mariana. Ela me ensinou muito, me fez evoluir em diversos aspectos.

A minha maior motivação é a família. Eu sou uma pessoa melhor no trabalho porque tenho do meu lado a mulher que eu amo. Tudo o que eu faço é pelo Theo e por ela. Eu tive a sorte da mulher da minha vida ser a mãe do meu filho, e isso é um presente inexplicável.”

Como surgiu a ideia do pedido de casamento?

Eu já estava pensando desde o final do ano passado, mas fiquei esperando o momento certo. Enquanto eu me organizava, a minha mãe, ligeira, pediu o meu pai em casamento após 35 anos de “namoro”, dois filhos adultos e um netinho. Com isso, eu não quis mais esperar.

A Mari sempre me falou que não queria que eu pedisse a mão dela em uma data simbólica, como o meu aniversário, “para não tirar o meu brilho”. Mas eu pensei o contrário. Eu quero que ela brilhe comigo em todos os momentos, até porque o “sim” dela seria o meu presente de aniversário.

Ela é muito tímida, então eu pensei: ou a Mariana vai entrar em pânico, ou vai dar tudo certo. Graças a Deus, deu tudo certo. Além de mim, só quem sabia antes era meu pai, minha irmã, a Babi, a Carol e tu, Rafa. Mais ninguém. Ela nem desconfiava.

E agora, quais os planos para o futuro? 

A gente tem o sonho de morar junto, para viver a nossa rotina em família, e isso requer um esforço de ambos. Eu estou trabalhando muito para que aconteça logo, mas a Mari, além de trabalhar, fez algo incrível. Fiquei sem acreditar quando vi o cartão de crédito dela: com um post it grudado, escrito ‘Precisa disso mesmo?’ e o desenho de nós três. 

Então, a nossa meta principal é essa. Vamos fazer a festa de casamento com a grandiosidade que o momento merece, mas isso requer um cofrinho cheio. Enquanto nos organizamos para isso, eu só coloquei o cone para ninguém ocupar a vaga (risos).

Como tu define “realização pessoal”?

De verdade, já me sinto realizado. Tenho um filho maravilhoso e saudável, uma mulher incrível, uma família muito especial, amigos excepcionais que estiveram comigo nos dias mais legais e nos mais difíceis, trabalho na empresa que eu amo, fazendo o que eu sempre sonhei.

“Quero fazer muito mais, viver muito mais… Mas nos meus oito anos de relacionamento, 15 de rádio e 33 de vida, posso dizer com todas as letras que me sinto muito realizado, em todos os sentidos.”

Foto: Reprodução Instagram

Qual mensagem tu deixa para os nossos ouvintes e leitores que ainda estão perdidos quando o assunto é amor? 

Para quem está solteiro, eu digo: não é errado ser solteiro. Errado é estar com alguém só porque dormir de conchinha é legal. É preciso se apaixonar pela pessoa. E, quando essa pessoa chegar, tu vai saber que é ela. Seja sincero contigo mesmo, porque o certo é respeitar os teus sentimentos, limites e vontades. 

Mas, se tu já encontrou a tua metade da laranja, e está na dúvida se vai ou racha… Cara, só vai. Vai com medo mesmo. Pode se decepcionar? Pode. Esse é o rolê, essa é a vida. Mesmo com as inseguranças, o meu conselho é esse: vai viver com quem tu ama e depois vem aqui contar pra gente qual foi o resultado.