Os retoques digitais usados em fotos publicadas nas redes sociais — os famosos filtros — podem se tornar aliados ou vilões no nosso dia a dia: com eles, fica fácil deixar a aparência mais jovial, eliminar alguma espinha ou marquinha indesejada, alterar traços do rosto e aparecer toda maquiada mesmo sem estar. Porém, eles também podem estar associados à busca de uma perfeição inatingível, o que pode levar à frustação de quem faz uso desse tipo de recurso.

Você já analisou como é a sua relação com os efeitos especiais das redes? Há quanto tempo você não posta uma foto sem filtro ou se sente desconfortável só de pensar na ideia? Hoje, a psicóloga Adriana Ferreira, da Faculdade Senac Porto Alegre, nos ajuda a refletir sobre o tema.

Valorização da beleza natural

A ginecologista e ex-BBB Marcela Mc Gowan, que costuma falar sobre aceitação do corpo, sexualidade e autoestima em seu perfil no Instagram, questionou os seus seguidores, no começo da semana, ao publicar imagens em que aparece com e sem filtro. “Com quanta beleza artificial você tem se comparado?”, questionou Marcela na legenda do post.

Com o intuito de incentivar mulheres a valorizarem sua beleza natural, Marcela alertou que não é saudável comparar nosso corpo real com o de outras pessoas nas redes.

“Não sou contra o uso de filtros. Eles são recursos interessantes e divertidos, mas devem ser usados com consciência”, comentou a loira na postagem.

Visual “cara lavada”

Outra celebridade que também questiona o tema dos retoques digitais é a modelo Mariana Goldfarb, esposa do ator Cauã Reymond. Com mais de 900 mil seguidores em seu perfil no Instagram, ela propôs, em setembro, o desafio #EssaSouEuHoje, para libertar mulheres que são reféns dos filtros.

A ideia era postar fotos, durante uma semana, sem usar qualquer artifício de edição, ou seja, publicar imagens com a famosa “cara lavada”.

“O objetivo é voltarmos a nos olhar com carinho, do jeito que realmente somos, e gostar do que vemos refletido na tela“, justificou a bela.

Busca por aprovação

Para a psicóloga Adriana Ferreira, somos uma geração de pessoas que busca a perfeição como forma de obter “curtidas”.

Para alguns, as redes sociais tornaram-se um vício atrelado ao uso de filtros. E isso não deve-se apenas aos mais jovens, simplesmente, não tem idade! Percebe-se o aumento da ansiedade, uma vez que eu não sou aquilo que posto: e aí, começam os problemas. A busca por tratamentos estéticos aumentou muito. Os padrões de beleza que, até outro dia eram apenas inatingíveis, hoje, são “realidade” nas redes — explica.

A especialista afirma que os diagnósticos de depressão e ansiedade vêm se tornando cada vez mais comuns em decorrência da utilização desmedida das redes:

Ninguém se permite ser imperfeito, e isso pode levar a muito sofrimento emocional. Como efeitos do vício em redes sociais, podemos mencionar a dismorfia corporal (percepção distorcida da própria imagem), depressão, ansiedade e transtornos alimentares.

Deixa eu te contar

Sou usuária assídua das redes sociais, principalmente, do Instagram. Quando não estou conectada por causa do trabalho, estou em busca de entretenimento mesmo. Portanto, só acompanho perfis que me inspiram. Preste atenção em pessoas e conteúdos que te fazem bem e não acredite na perfeição de tudo o que é publicado. Nem tudo é o que parece. Seja você!