Quem nunca sentiu medo que atire a primeira pedra! O medo é dos sentimentos mais clássicos da nossa espécie e está diretamente ligado ao nível de controle emocional que cada um tem. Quando eu era criança tinha medo de temporal, até minha vó me levar para o pátio da casa dela, em Pelotas, e me explicar o quanto a chuva, o vento e toda aquela barulheira faziam parte da natureza e nos mantinham vivos. Acabou o medo.

E, assim, aos poucos eu fui crescendo e “substituindo” os medos.

É engraçado acompanhar o desenvolvimento do Teteu nesse sentido. Meu filho, de dois anos, atualmente tem medo de urso. Esses dias, lá em casa, a televisão estava ligada num canal infantil e começou a passar o trailer do filme “Valente”.

A história é linda e fala sobre a princesa Merida que, em vez de seguir os costumes do seu reino e ser uma rainha ao lado do cavalheiro, resolve trilhar o seu próprio caminho e desafia a tradição ancestral. O fato é que tem uma cena de dois ursos pretos gigantes. O Matheus ficou vidrado na televisão e, em seguida, abriu o berreiro. Eu o acalmei e fiz toda uma conversa pra tentar explicar, mas ele não esqueceu o urso. Vira e mexe, pergunta: “Manhêêê, o ‘ussso’?, e eu paro tudo e explico de novo.

Ele está bem mais tranquilo e sei que, daqui a pouco, o medo será outro. Mas aproveitei a situação para conversar com uma psicóloga sobre o tema.

Segundo a psicóloga Melina Blanco, o medo é um sentimento inerente ao ser humano:

Todo mundo sente medo, tanto os adultos quanto as crianças. Os pequenos, por não terem a maturidade cognitiva, tendem a ter mais medos fantasiosos. Em contrapartida, por não terem a noção de causa e efeito, não têm medo de determinadas situações, como pular de cima de uma mesa. 

É positivo sentir medo. Ele, muitas vezes, protege a gente, previne situações perigosas, pode evitar que façamos algo impensado. Por exemplo: o medo de assaltos faz com que uma pessoa fique mais alerta, cuidadosa e atenta ao seu percurso.

Pérolas

– Mãe, tô com medo de voltar pra escola amanhã… Eu não vou conhecer ninguém.
– Filha, você não vai acreditar quem está na sua sala!
– Quem???
Chuta!
Ela começou a chorar e falou:
– Eu não conheço a Chuta!
Malu, cinco anos

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