Eu pensei em escrever essa coluna falando sobre os desafios da maternidade, mas achei que seria clichê demais. Também pensei em falar sobre esse amor que nos move quando nascem os filhos, mas também é óbvio demais, não?

E então, no meio de uma confusão de sentimentos sobre os dias que estou vivendo, resolvi só escrever. Compartilhar com vocês meus pensamentos e o quanto é difícil ter equilíbrio na vida, principalmente quanto aos sentimentos.

No último 4 de maio, avancei na casa dos 42 anos. Comemorei meu aniversário com café da manhã feito pelo marido, abraço de quem mora comigo, mensagens e ligações dos amigos e familiares que moram longe. Ganhei até uma música composta pelo meu filho, Matheus, três anos. Foi um dia muito especial! Até que tudo ficou estranho. Foi na mesma data que o Brasil perdeu um dos maiores humoristas da atualidade, o talentoso Paulo Gustavo. Recebi a notícia deitada na cama, junto às pessoas mais importantes da minha vida. E bateu a tristeza.

É maluco como alguém que a gente não conhece pessoalmente tem o poder de nos deixar tão pra baixo, e até chorar. Mas decifrei na hora o que estava sentindo. Paulo Gustavo trazia muito vivo o amor pela mãe, a dona Déa Lúcia. E ela por ele. Sempre foi uma relação linda, de muito amor. Paulo Gustavo realizou o sonho da mãe, que era subir no palco com o filho e cantar. Ele trouxe, também, na figura da dona Hermínia, milhões de mães brasileiras. E muitas se identificaram com a relação que eles tinham, de deboche, de cumplicidade e muito zelo. E tudo parou ali. Foi um sopro de vida e de muita risada pra nós. Mas, para dona Déa, foi-se o filho, o amor da vida dela – como sempre falou e mostrou.

Intensidade

E aí me peguei chorando. Porque duvido que alguma mãe não tenha se colocado no lugar da dona Déa. Mães não conseguem imaginar, nem por um segundo, o mundo sem o filho. Mães não sabem como lidar sem a presença, sem o cheiro, o abraço, o riso, o choro. Mães foram feitas para dar “oi”, e não “tchau”.

No dia do meu aniversário, me dei conta mais uma vez que estou enfrentando o maior desafio da minha vida. Eu mudei depois da maternidade, desde a minha compreensão sobre quem sou até a forma de ver o mundo. Meu corpo mudou e, ouso dizer, minha alma mudou. E, nesse Dia das Mães que vem chegando, eu só queria compartilhar com vocês o quanto é importante amar e viver intensamente nossos filhos, nossos familiares e nossos amores. Porque assim, num piscar de olhos, o dia que era especial pode ficar muito estranho.

Feliz dia, mães!

Posso Entrar na RBSTV

E eu já aproveito para te lembrar que amanhã, depois do Jornal Hoje, eu tô chegando com mais um episódio do Posso Entrar, na telinha da RBSTV. Vou te contar duas histórias lindas e ainda conversar com muitas pessoas através da Live da Cris. Te espero!

Pérola

– Mãe, não pode mentir, né?
– Não.
– Só pode mentir no cinema, né?
– Não! Também não pode. Por quê?
– Porque o homem da TV disse “somente nos cinemas”.
Felipe, seis anos