Na próxima segunda-feira, dia 25, é celebrado o Dia da Costureira. De acordo com a Associação Brasileira de Vestuário (Abravest), o trabalho destas profissionais movimenta, em média, R$ 4,5 bilhões por ano. A moda customizada já estava em alta mesmo antes da pandemia e, a partir de agora, tudo indica que será ainda mais valorizada.
Hoje, encomendar roupas de costureiras é sinônimo de consciência social, ou seja, comprar do pequeno empreendedor, fazer roupas com a vizinha que costura e prestigiar a moda feita sob medida significa que estamos fazendo a economia local girar. Confira o que o especialista Orson Cândido Benedetto e a costureira Márcia Schauren pensam sobre essa tendência.
Mudança no comportamento
O coordenador dos cursos de Moda do Senac Novo Hamburgo, Orson Cândido Benedetto, também acredita na valorização das costureiras, profissionais que, para ele, são verdadeiras artistas:
— Peças feitas sob medida ou até de lojas, mas que são modificadas por costureiras, são cada vez mais usadas pelas pessoas que procuram por exclusividade.
Tendência
Segundo Orson, a tendência pode se intensificar ainda mais nos próximos meses.
— Faz parte de uma grande mudança no comportamento das pessoas. Um dos motivos é por reduzir custos, já que podemos transformar o que já temos por uma fração do valor de uma peça nova — alerta o docente, que completa:
— Outro fator é que começamos a perceber que temos que nos apoiar regionalmente, comprar do pequeno mercado, fazer roupas com a costureira do bairro. Temos a exclusividade das peças, pois, se foi feita para mim, ninguém mais terá igual. As pessoas também estão cada vez mais preocupadas com o impacto que o consumo exagerado causa no ambiente.
Correria para agilizar o atendimento
Márcia Schauren, 43 anos, aluna do curso de Técnicas de Corte e Costura do Senac, analisa o atual momento sob uma perspectiva positiva. A costureira de Ivoti diz que a confecção de máscaras está uma loucura e que, agora, já tem outras encomendas em vista.
— Toda situação ruim tem um lado bom. Para mim, esse foi um momento maravilhoso, corrido, de muito trabalho, mas com retorno financeiro excelente — conta a costureira.
Adaptação
A profissional afirma que precisou adaptar seus projetos ao novo panorama.
— Neste momento, a procura maior é por máscaras. Isso faz com que eu deixe um pouco de lado o meu projeto, que é a confecção de pijamas, moletons e vestuário em geral. Mas entre uma e outra conversa, várias pessoas que adquiriram máscaras já deixaram pedidos de outros produtos meus — afirma.
Questionada sobre o impacto da pandemia de coronavírus em sua vida profissional, fiquei feliz em descobrir que o pesadelo foi transformado em uma correria para atender aos pedidos frequentes:
— O mais gratificante é a satisfação de quem comprou e recomendou para amigos, colegas ou vizinhos. Me senti muito grata, sinal de que o produto foi muito bem aceito.
DEIXA EU TE CONTAR
Hoje, optei por trazer um relato otimista para dizer que, sim, podemos superar e vamos vencer esta crise. Assim como a Márcia, de Ivoti, muitas mulheres estão lutando diariamente para ter o seu trabalho reconhecido. Acredite, confie e faça o seu melhor para colher os frutos. O começo é sempre mais trabalhoso: não importa a área de atuação, mas sua dedicação faz toda a diferença.
Deixo aqui um questionamento: o que você está fazendo para progredir?
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