EDUCAR A PERDOAR

Eu acredito que a tarefa de educar uma criança é uma das coisas mais difíceis da vida. Não tem fórmula, tem pitaco de tudo que é lado e, ao mesmo tempo, não tem nenhuma garantia de sucesso. E mais, a gente educa o tempo todo, desde que a criança nasce, sem folga. É uma mistura de ensinar com educar. Ensina como fazer as coisas e educar para que elas sejam feitas. Ensina que é preciso dar bom dia para as pessoas e educa para que ela dê, de fato, o bom dia. Isso é só um exemplo…porque o mais difícil talvez seja ensinar e educar quando se trata de sentimento. Outro dia eu ouvi quando uma mãe falava para seu filho, de uns 6 anos, “ eu já te disse que é feio não pedir desculpa”. É, é feio mesmo e eu acredito que além de não ser bonito, a falta de perdão trava a gente. Pedir perdão cria nó, empaca e impede qualquer avanço das relações. Perdoar os outros e perdoar a si mesmo, liberta, de verdade.
Às vezes, a gente sofre anos, até adoece e quando vai investigar descobre que no fundo era a falta do perdão que precisava. Era só perdoar, mas não, por falta de oportunidade, de coragem ou por orgulho mesmo a coisa toda ficou gigante e a pessoa se consome.
Só que para ensinar a perdoar é preciso antes ensinar a ter empatia, ou seja, se colocar no lugar do outro. E isso, é ainda mais difícil nos dias de hoje. As pessoas não querem experimentar o sentimento alheio, infelizmente.
Voltando ao diálogo da mãe e do filho, assim que ela disse que era feio não pedir desculpas para o colega, o menino olhou pra ela, baixou a cabeça e disse baixinho…”desculpa, mãe”.
Disse baixinho, mas disse.

 

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Pérolas

Marina ganhou um relógio de sua bisavó e logo colocou no pulso. “Que lindo, filha. Que horas são? A mãe perguntou. “É relógio! Respondeu a menina.
Marina Goulart, 3 anos

Paula chamou sua mãe para brincar de “amigas”. Depois de um tempo da brincadeira, Verônica bufou: “Amiga, você está parecendo uma mãe”, disse a menina.
Paula Lima, 4 anos

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