A coluna de hoje é um pedido de uma mãe que, assim como eu, tem filho pequeno e também está na escolinha. Só que ela enfrenta uma situação que eu ainda não me deparei – e espero não vivenciar com o Matheus, meu filho de um ano e nove meses – a fase das mordidas. Essa mãe me encontrou e falou: “Cris, por favor! escreve sobre as mordidas na escolinha. Meu filho chega mordido e tá começando a morder também. Eu não sei o que fazer?!”
Certamente muitos pais vão se identificar com o tema porque realmente é uma fase que chega e que precisamos saber lidar. Conversei com a psicoterapeuta Hericka Zogbi e espero dar uma luz pra você que é pai e mãe de quem é mordido ou de quem morde.

Mordida é normal?

Segundo Hericka, a mordida está relacionada com a fase oral do desenvolvimento da criança e dura entorno do primeiro ano de vida. Nessa fase a criança busca conhecer o mundo através da boca: coloca tudo na boca – isto é normal, e, fora ítens perigosos, ela deve mesmo poder colocar, a fim de desenvolver-se da forma como é esperado. Durante esse período, as mordidas podem ocorrer como descoberta do mundo e do outro e, mesmo que seja entendido o morder como “normal” na fase, deve ser frustrado, repreendido, sempre através da ação acolhedora do adulto dando o limite com afeto, sem agressividade e sem, por exemplo, morder de volta, algo que as pessoas costuma fazer.

Meu filho morde 

Em idades maiores, a mordida já não pode ser vista de maneira normal – ela está significando uma comunicação por parte da criança de que algo não vai bem, seja no seu ambiente, seja da forma como ela está sendo tratada e sente este tratamento, seja na escola ou em casa.
Para as crianças que mordem, algumas atitudes dos pais podem ser bem importantes; conversar, sugerir que se coloque no lugar do outro: “como tu te sentirias se tu fosse mordido”, “isso dói”.

Meu filho foi mordido 

A criança mordida tem que ser estimulada a defender-se, seja falando ao professor ou retirando-se da brincadeira. É dificil, mas ela deve ser amparada e suportada pelos pais para que possa enfrentar esse “adversário”.

E vamos combinar, para nós pais, educar é muito mais do que dar educação, é também mostrar os desafios e os possíveis adversários que enfrentarão ao longo dos anos e isso vai acontecer muitas vezes na vida.

Pérola

– Tia, me ajuda a escolher minha roupa?
– Ajudo.
– Acho que vou usar minha bota preta , porque a rosa não vai ficar boa, né?
– Eu acho que a rosa fica boa , sim.
– Não, eu vou usar a preta mesmo.
– Você pediua ajuda, mas você já sabia o que quer…
– É que eu pensei que a sua ideia seria boa.
(Juliana, 7 anos)

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