Muita gente aí vai se identificar, afinal, em muitas famílias, é uma das frases mais ditas.
Em meio à pandemia e a todas as atitudes preventivas, a máscara é a peça do momento e vai custar a sair de moda. Então, o jeito é se acostumar com esse novo acessório no figurino, inclusive das crianças a partir dos dois anos – essa é a recomendação dos médicos.
Aliás, a melhor maneira de evitar que uma criança seja contaminada pela covid-19 é manter o isolamento social e ensinar a ela sobre as regras de higiene, como lavar as mãos com água e sabão e usar álcool gel. O ideal é não sair de casa, principalmente as que ainda não tenham a capacidade de compreender orientações de não beijar, não abraçar e não tocar nas superfícies.
Mas não é tão simples. Teteu, meu filho de dois anos, fica um pouquinho com a máscara e já quer tirar. E, se for pra jogar futebol, aí não tem jeito: ela cai, ele arranca e não dá certo. Esses dias, estava um dia lindo, e temos uma praça aqui do lado de casa. Toda a família vestiu a máscara e fomos lá, porque tinha pouca gente no campo de futebol e numa distância cinco vezes maior do que a recomendada.
Teteu correu, pulou, se atirou na grama e, como eu sabia que a máscara não iria durar, levei um frasco de álcool gel para higienizar, de vez em quando. Brincamos na pracinha, todos protegidos, pouca gente por perto, a não ser no momento em que o Matheus se aproximou de uma família para “filar um bolinho”… Baita arriado! Me deixou de cara no chão. Ele viu o pessoal (todos de máscara, inclusive), foi chegando perto, e uma senhora perguntou se ele queria uma bergamota ou um bolinho. Na hora, ele tascou: “um bolinho!”.
E lá fui eu, correndo com o álcool gel, para limpar as mãos do moço e agradecer a gentileza. Obrigada, Marisa! O bolo de cenoura com chocolate estava ótimoooo – perguntei o nome dela depois e disse que iria agradecer aqui na coluna.
Acredito que, aos poucos, de acordo com as decisões que o governo vai tomando, a gente vai ajustando nossa vida, mas não é fácil adaptar as crianças a esse “novo momento”. Teteu vai precisar de muita insistência nossa para usar as máscaras – e não tem outro jeito. Tem que usar.
Quando não usar:
Embora o uso da máscara seja recomendado a partir dos dois anos de idade, ele não é indicado em alguns casos. Veja só:
/// Quando, pelo uso da máscara, as crianças passam a levar a mão na face um maior número de vezes, pois isso aumenta o risco de contaminação.
/// Quando a criança estiver com falta de ar ou congestão nasal, pois a máscara poderá gerar uma sensação de sufocamento.
/// Quando a criança não aceita usar a peça ou não consegue retirar a máscara sem auxílio. Isso é importante para evitar acidentes.
Aqui em casa:
“Quando começou a pandemia, o colégio ainda não tinha parado. Então, os professores já estavam falando, e, aqui em casa, a gente reforçou a necessidade de lavar as mãos, usar o álcool em gel e, depois, o uso da máscara para sair de casa. E ela curte um monte, porque escolhe a máscara que quer e sabe que, para sair de casa, precisa estar usando. Na verdade, até para descer de elevador pro pátio do condomínio, ela precisa usar, porque elevador é um risco muito alto. Eu acho que medo do vírus ela não tem, mas um receio, sim, porque ela não quer sair muito para rua.”
Milene Wainberg, mãe da Isadora Waiberg Trapp, sete anos
“A gente sempre conversou muito com a Duda, sobre tudo. Quando começou toda a função da pandemia, ela ficou um pouco sem entender, mas a gente foi explicando o que estava acontecendo, que tinha surgido um vírus e que ele é muito mais forte do que a gripe, que não tem vacina ainda e, por isso, a gente tem que ficar em casa para cuidar da nossa saúde e das outras pessoas. Como a situação foi evoluindo e surgiu a necessidade de usar a máscara, a gente falou para ela também que, usando a máscara, ela iria proteger quem estivesse na rua e ela também estaria mais protegida. Acredito que, para as crianças, é um pouco mais difícil entender sobre o vírus porque não é uma coisa palpável. Mas acho que ela até está curtindo a função de máscaras, porque tem tantas estampas que ela combina com a roupa… Tem de militar, tem de cachorrinho. O importante é que ela está bem consciente e entendeu que temos que usar máscara.”
Essi Luana da Rosa, mãe da Maria Eduarda da Rosa Rodrigues, nove anos
Para facilitar a vida:
Os personagens podem ser uma boa motivação para os pequenos aderirem às máscaras. Nas redes sociais, é bem fácil encontrar quem venda. A Sabrina Crespo, empresária, que já trabalhava com acessórios mais personalizados, recebeu muitos pedidos e resolveu atender a demanda:
– O pessoal está vindo direto, porque é um material de qualidade e um produto bom. E a gente não produz em série, é tudo bem personalizado.
Quem se interessar pode entrar em contato pelo Instagram @acessoriostoqueamais.
Peróla
Estávamos conversando sobre as profissões, e a Lara disse:
– Ser do Exército deve ser muito cansativo. Eles passam o dia se “exercitando”.
Lara, nove anos
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