A coluna de hoje é dedicada aos criadores da Associação Down Chute no Preconceito, filiada à Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down. Conversei com a Ana Cristina Pizzolotto Fernandes, 47 anos, moradora de Gravataí, mãe da Luiza e uma das fundadoras da iniciativa que luta para garantir e ampliar os direitos das pessoas com síndrome de Down nas áreas de saúde, educação e emprego.
O QUE É
“A Associação Down Chute no Preconceito é formada por mães e pais de pessoas com síndrome de Down. Hoje, chamamos T21 que é a sigla da trissomia do cromossomo 21. Essa sigla busca desmistificar a palavra ‘down’ com associações a ‘para baixo’, ‘lento’, ‘devagar’… Embora a origem da palavra Down venha do sobrenome da pessoa que a descobriu, John Langdon Down.”
MISSÃO
“Buscamos a construção de uma sociedade inclusiva, onde todos possam entender o mundo diverso em que vivemos. Respeitar o tempo e o espaço de cada um. Entender que o importante é fazer com que todos cheguem no final da prova, que todos cruzem a linha de chegada, e não somente ser o primeiro colocado. O prêmio é esse, pensar no coletivo, construir uma sociedade com equidade, com empatia e com mais amor.”
COMO COMEÇARAM
“Três famílias iniciaram o movimento, entre 2015 e 2016. A família da Dora Inhoque Forni (Afonso, Adriana, Anita e Francisco), do Lucas Antonelo (Lauri, Rodrigo e Giovana) e a minha. O intuito era levar informações sobre a síndrome de Down à cidade de Gravataí. Em 2016, conseguimos aprovar, na Câmara de Vereadores, o projeto de lei que reconhece o dia 21 de março como Dia Municipal de Conscientização da Síndrome de Down. Atualmente, é a Lei nº 3.793/2016. Mas só formalizamos a associação em 2021.”
A LUTA
“Era necessário uma associação que desse oportunidade às pessoas com síndrome de Down e lutasse por direitos. É importante garantir profissionais de estimulação precoce, de apoio escolar e monitores.”
CARTILHA
“Temos uma cartilha para famílias que recém receberam o diagnóstico, com o intuito de acolher e esclarecer. E um site (downchute.com.br) que ajuda a divulgar a nossa luta.”
MOTIVAÇÃO
“É ver pessoas que não tem voz, oportunidades, terem uma qualidade de vida melhor, com acesso aos seus direitos. Construir uma nova geração, inclusiva, que começa na família, passa pela escola, pelo ambiente de trabalho e pela sociedade como um todo. E, claro, minha filha Luiza, que é minha maior motivação para continuar. Por ela, com ela e por todos.”
RECADO DA CRIS
“A vida é minha. Mas o coração, é seu. O sorriso é meu, mas o motivo é você.”
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