Outubro, além de ser lembrado como o mês de conscientização e prevenção ao câncer de mama, também é marcado por dias dedicados à prevenção da obesidade. No entanto, o peso, isoladamente, não é um indicativo para sinalizar doenças. Mesmo assim, ainda há muito preconceito contra pessoas gordas. Segundo a revista Galileu, estudos indicam que, apesar dos esforços de conscientização, atitudes preconceituosas explícitas contra gordos aumentaram entre 2001 e 2010.
Ainda é mais comum, porém, que o preconceito apareça como forma de preocupação com a condição alheia. Mas aqui vai um alerta: magreza não é sinal de saúde e excesso de peso não é sinônimo de doença, afirma a nutricionista Juliana da Silveira Gonçalves, que também é professora da faculdade Estácio-RS.
– Culto à magreza é uma ideia construída socialmente e se refere a um padrão de beleza imposto, principalmente, às mulheres – explica a profissional.
“Excesso de peso não é sinônimo de doença”
A nutricionista Juliana faz um alerta importante sobre a gordofobia, termo usado para se referir ao preconceito contra pessoas gordas.
– Magreza não é sinal de saúde e excesso de peso não é sinônimo de doença. Culto à magreza é uma ideia construída socialmente e se refere a um padrão de beleza imposto, principalmente, às mulheres – afirma a profissional.
Informação
Está mais do que na hora de compreendermos que o excesso de peso não está, necessariamente, associado a um organismo doente. Precisamos desconstruir essa ideia e buscar informações necessárias para conscientizar a população do quanto a qualidade da alimentação impacta na saúde geral.
– Hoje, a gente usa o termo “obeso metabolicamente saudável” para designar pessoas que apresentam um excesso de peso através da avaliação corporal, mas olhando a alimentação e os exames, o paciente não tem nada alterado – explica a nutricionista.
Ou seja: tudo depende dos processos metabólicos e da rotina de cada pessoa. Quem possui um corpo considerado magro, mas passa o dia comendo lanches ou alimentos processados, provavelmente apresentará problemas de saúde, enquanto uma pessoa com maior índice de gordura corporal, mas que tem uma alimentação balanceada e pratica exercícios, pode ter um organismo saudável.
Pressões estéticas
Juliana comenta que o culto ao corpo magro é, antes de mais nada, um padrão de beleza social imposto, principalmente às mulheres, não algo propriamente relacionado à saúde. Não desmistificar essas ideias é também colaborar para a cultura da gordofobia, que não ajuda as pessoas que lutam contra a obesidade e ainda pode prejudicá-las ao impor culpa.
– Se você está saudável, se sente bem, não tem doença alguma, mas o seu peso não é considerado o padrão de hoje, está tudo bem. Cabe a cada pessoa se aceitar, e as outras devem entender isso. Devem aceitar o próximo como ele é – orienta.
É fundamental ressaltar que o caminho para combater a obesidade é a conscientização, proporcionando acolhimento e informação para que ninguém se sinta pressionado, mas, sim, motivado a buscar hábitos mais saudáveis.
Famosas em ação
Nas redes sociais, algumas famosas se engajam na causa da autoaceitação. Sem neuras com os quilinhos a mais, a atriz Mariana Xavier adora postar fotos mostrando o corpo, sempre com legendas que exaltam a autoestima.
Em cliques belíssimos de um ensaio pra lá de empoderado no Instagram, Mari posou de biquíni e, na legenda, escreveu a frase que deveria ser o mantra de todas as mulheres:
“Não é o meu corpo que incomoda, é a liberdade para quem não a tem”.
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