Passados oito meses de isolamento e quarentena no Brasil, é consenso nas famílias que a rotina mudou, e muito, nesse período. Aulas online, crianças o tempo todo dentro de casa e pais e mães trabalhando em home office tornaram-se regra. Dentro de todo esse novo cenário, um ponto em particular tem levantado preocupação: como anda a saúde e a alimentação de nossas crianças?

Lá em casa, com o Teteu, de dois anos, tento sempre variar muito a alimentação. Dou pelo menos uma fruta por dia e evito ao máximo os doces. E está dando certo. Mas esses últimos meses estão tirando o sono de muitos pais.

Palavra da especialista

A pediatra Flávia Nassif, em seu consultório, tem notado, a cada mês, um aumento nas queixas. E elas são sempre as mesmas: as crianças estão se alimentando mal, dormindo mal, fazendo menos atividade física e apresentando mais dores de cabeça, nos olhos e nas costas – essas últimas, resultados das horas e mais horas diante dos eletrônicos, como computador e celular.

As crianças estão mais ociosas, confinadas e sem ir à escola, e descontam o tédio e a ansiedade na comida. Os pais relatam aumento no consumo de guloseimas, ganho de peso, menos atividade física. É um ciclo – afirma a pediatra.

A médica chama a atenção para o aumento nos casos de obesidade infantil.

Dicas valiosas 

/// Mude suas compras: se não houver guloseimas em casa, as crianças não comerão.

/// Ensine seus filhos a fazer escolhas mais saudáveis. Substitua bolachas recheadas por um bolo caseiro, por exemplo.

/// Incentive a atividade física, mesmo que dentro de casa. Existem sites e aplicativos com treinos rápidos, de cinco a 15 minutos, que ajudam a criançada a se mexer.

/// Em horários com menos aglomeração, tente frequentar parques e locais abertos para fazer caminhadas e, muito importante, tomar sol! Após tanto tempo em casa, é importante repor a vitamina D.

/// Passe mais tempo com as crianças. Troque o tempo no celular ou em frente ao computador por jogos em família, rodas de conversa, brincadeiras.

/// Para fazer essas mudanças, paciência e persistência são fundamentais. A pediatra Flávia esclarece: “Foram meses nesse processo, e não é possível determinar quanto tempo vai levar para as crianças se recuperarem e atingirem um equilíbrio. O importante é começar. Aos poucos, todos vão readaptando seus hábitos”.

Você sabia?

Algumas pesquisas feitas ao longo da pandemia já apontam uma tendência de piora na alimentação de modo geral entre a população. Um estudo feito na Itália, publicado pelo periódico Obesity, apontou que as crianças têm ingerido em média uma refeição a mais por dia, além de terem aumentado o consumo de alimentos ultraprocessados, como doces, bolachas recheadas e salgadinhos..

Pérola

–  Filho, eu te amar pra sempre.
– Mamãe, eu vou te amar até ter uma namorada.
Vitor, seis anos

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