TU ÉS FELIZ, MEU FILHO?

Outro dia, conversando com uma amiga, falávamos sobre depressão. Que doença bem desgraçada! Me arrisco a dizer que não existe no mundo uma família que não tenha algum caso de depressão.

Atinge qualquer pessoa, não importa classe social nem idade. Idosos, adultos, adolescentes e até crianças são vítimas e podem ficar depressivos.

E a gente questiona: o que leva a depressão? Tem cura? É hereditário? Eu que sou mãe fico me perguntando o que a gente faz quando nosso filho está deprimido? E como ele chegou nesse ponto?

Uma coisa é certa, não podemos nos culpar. O motivo da depressão muitas vezes não está em nós, mas certamente é nossa responsabilidade tomar uma atitude assim que perceber algo “diferente”.

No papo com minha amiga ela contava que o filho, agora com 12 anos, tinha respondido para ela sobre ser feliz.

Ela fez essa pergunta para ele, aliás, segundo ela é questão frequente nas conversas. A resposta dele foi: “sim, muito! Inclusive, as vezes, tenho que disfarçar e fingir que tô meio deprê porque meus amigos não são tão felizes quanto eu.”

Olha que coisa, uma criança tendo que disfarçar a alegria. Achei estranho, mas entendi. De certo modo ele não quer constranger os colegas pelo simples fato de ser feliz. Faz sentido, atualmente a felicidade plena e real é uma raridade.

Segundo os últimos dados da Organização Mundial de Saúde, foram registrados casos de depressão infantil em cerca de 8% das crianças no mundo. Calcula-se, em média, que 180 milhões de crianças e adolescentes encontram-se convivendo com a doença nos dias atuais.

PRIMEIROS SINAIS

É depressão? É aborrescência? É uma fase? Como saber se o que está acontecendo com nosso filho, é algo sério ou algo que vai passar rapidinho?

O psicólogo clínico Michel Andreola explica que são inúmeros casos de crianças e adolescentes que adoecem a todo o momento pelos mais diversos motivos: pré-disposição genética, ou por se sentirem culpadas pelo término do relacionamento dos seus pais, algum trauma do passado que não foi bem superado, bullying no ambiente escolar, ou o moderno cyberbullying, através das redes sociais.

A depressão, muitas vezes, é uma doença silenciosa, velada, a criança muda o seu comportamento com as pessoas à sua volta. Os pais ou responsáveis precisam ser atentos para identificar rapidamente os sintomas da depressão infantil.

Alguns são característicos: falta de interesse por diversas atividades, humor depressivo, terror noturno, insônia, falta ou excesso de apetite, dificuldade de raciocínio ou concentração, pensamentos de morte, choros ou comportamentos agressivos com mais frequência.

Porém, o diagnóstico da depressão infantil é dado somente pelo médico psiquiatra infantil, conta Michel.

DICA DO ESPECIALISTA

Valorize o tempo na companhia do seu filho, preserve o espaço dele para falar a respeito do que está sentindo. Essa aproximação deve ser acolhedora e amorosa. Algumas vezes nem é preciso falar, só o fato de estarem próximos e serem bons ouvintes basta.

Eu vou aderir a perguntinha básica da minha amiga. Mas já aproveitando, faço ela agora: você é feliz?

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