ONDE ESTÁ O ELEFANTINHO?
Essa semana me emocionei com uma mensagem que chegou nas minhas redes sociais. Era um pedido de ajuda para encontrar o bichinho de pelúcia da Bárbara, uma menina de 4 anos.
Ela foi passear com a família no Parque Germânia, na zona norte de Porto Alegre, e perdeu o elefantinho. Só quando chegou em casa percebeu que o seu amiguinho não estava ali e bateu a tristeza.
A irmã, ao ver a angustia da menina, apelou para as redes sociais para ver se ele aparece.
Pode parecer bobagem, mas não é. Os bichinhos de pelúcia, bonecos, um simples pano ou cobertor que algumas crianças vivem grudados, são os chamados “objetos de transição”, bem comum na primeira infância, explica o psicólogo Michel Andreola.
PALAVRA DO ESPECIALISTA
Nos primeiros meses de vida, graças à atenção e aos cuidados que recebe, o bebê pensa que ele e a mãe são a mesma pessoa. Mas, com o passar do tempo, ele vai se dando conta de sua individualidade e percebe essa divisão.
E mais, descobre que a mãe nem sempre está presente para saciar suas necessidades e, por isso, acaba buscando em um objeto para essa fase de transição o apoio de que precisa, especialmente na hora de dormir.
ESQUECEU EM CASA? PERDEU?
Se você foi viajar e naquela loucura de arrumar as malas esqueceu de colocar o companheiro do seu filho, calma. Cabe aos pais explicar a situação com clareza, independente da idade.
Antes de oferecer um novo objeto, deixe seu filho tentar se adaptar com o que há disponível no local – geralmente funciona.
Mas se você perceber que o comportamento da criança mudou, que ela ficou triste, irritada, chorando com frequência e até com insônia, não desconsidere esses sentimentos. Diga que você também sente essa perda e que estará ao seu lado para procurar.
Mas, se realmente o objeto não for encontrado diga que a pessoa que achou está cuidando tão bem quanto ele foi cuidado.
A criança que passa por essa experiência de perder o seu objeto amado, tem oportunidade elaborar o seu “luto”, amadurecendo emocionalmente, explica Michel.
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