Às duas horas da tarde em ponto, uma fila (quase) infinita de pessoas circundava o estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. Milhares de fãs — mais precisamente 35 mil — aguardavam o dia 14 de outubro em contagem regressiva. A data que custou a chegar, finalmente amanheceu com direito a céu azul e eclipse solar. Mas a verdade é que a galera lá dentro do estádio não estava nem aí para o eclipse: ela queria ver mesmo é o meteoro da paixão.
Após 15 minutos tentando entrar no estádio e desviar da multidão, logo me deparei com um grupo de “luanetes” — título especial às fãs de Luan Santana. As meninas, com os olhos brilhando e sorrisos de orelha a orelha, quando perguntei qual música estavam ansiosas para assistir ao vivo e a cores, gritaram ao mesmo tempo inúmeros sucessos do cantor: “Nega”, “Te Vivo”, “Meteoro”, “Meio Termo”. Apenas estas quatro faixas somam mais de 200 milhões de visualizações somente no YouTube. Luan, ao lançar “Meteoro” em seu primeiro álbum, intitulado “Tô de Cara” (2009), talvez não imaginasse que, 16 anos depois, seria, de fato, um meteoro de sucesso não apenas na indústria cenográfica nacional, mas principalmente no coração das fãs que ali estavam para lhe assistir.
Luan City Festival 2.0
O “Luan City 2.0”, festival idealizado pelo artista, contou com um line-up especial: DJ Dani Lima e a dupla Hugo & Vitor ilustraram a abertura do evento que, nas horas seguintes, recebeu Guilherme & Benuto, João Gomes e Jorge & Mateus no palco. Ao longo do dia, o estádio foi sendo tomado por uma legião de fãs. Foram sete horas de apresentações até chegar o momento do mais esperado da noite: a vez de Luan Santana subir ao palco.
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A voz de “Abalo Emocional” recebeu a imprensa às 20h45 em seu camarim, em uma rápida coletiva. De roupão animal print e um perfume impecável, Luan atendeu os jornalistas e algumas fãs com energia e sorriso no rosto.
Em entrevista à Rádio 92, ao ser questionado sobre como escolheu os artistas para compor o line-up, o ícone afirmou que todos ali presentes eram grandes amigos.
— [Quem está aqui são] amigos meus, amigos meus. Artistas que eu admiro pelas pessoas que são, pelas músicas que fazem. São pessoas que frequentam a minha casa, já fizemos músicas juntos. Nossas histórias se confundem nestes 16 anos — declarou o ícone.
Assista ao bate-papo completo abaixo:
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Ele chegou do céu
Às 21h20, eu já estava a postos no fosso — local em frente ao palco, entre o artista e o público. Em cerca de 10 minutos, cinco meninas passaram por mim, sendo carregadas pelos bombeiros, com faixas escritas “Luan Santana” na cabeça, lágrimas escorrendo pelo rosto e olhares exaustos após tantas horas em pé. Tinha gente que estava na fila desde o dia anterior. As sobreviventes já choravam antes mesmo do artista aparecer, com os olhos brilhantes e quase sem piscar.
Às 21h32, em cima do palco, vestido de branco e com uma coroa na cabeça, Luan apareceu cantando “Pro escuro da minha vida, você foi o Sol”, primeiro verso da faixa “Deus é Muito Bom”. Com os braços abertos, praticamente angelical, Luan permaneceu segundos com os olhos fechados, como se estivesse absorvendo a energia da multidão ali presente.
Em seguida, Luan desceu à Terra, emplacando um sucesso atrás do outro: “Morena”, “Quando a Bad Bater”, “Meio termo”, “Acordando o prédio”, “Vou Te Amar”, “Coração Cigano”, “Eu, Você, O Mar e Ela”, “Abalo Emocional”, “Solteirou”, “Sogrão Caprichou” e por aí vai. Um setlist repleto de hits em quase três horas ininterruptas de show. Ele, um microfone e uma legião de gente que estava ali só para lhe ver. Arrisco dizer que o palco ficou pequeno para o artista que, em 2023, celebra 16 anos de carreira.
Ao longo de sua trajetória, Luan coleciona três álbuns de estúdio, seis álbuns ao vivo, 38 singles e 21 videoclipes. Segundo o site Diário Prime, o patrimônio do artista já está avaliado em um bilhão de reais.
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