MC Marcinho, ícone do funk, faleceu às 9h38 deste sábado (26), no Hospital Copa D’Or, Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela unidade de saúde.

Conhecido como o “Príncipe do Funk”, um dos maiores nomes da história do ritmo no Brasil estava no auge de seus 45 anos e sofria de problemas no coração. Márcio André Nepomuceno Garcia deixa três filhos.

O artista estava no CTI desde 10 de julho, após sofrer uma parada cardíaca. Os médicos vinham tentando salvá-lo com diversos procedimentos, como a implantação de um coração artificial e o uso da Ecmo, uma espécie de pulmão artificial externo.

MC Marcinho: o precursor do funk melody

MC Marcinho é um dos criadores de um estilo de funk dançante e muito popular, o chamado funk melody. É autor de grandes sucessos como “Glamurosa”, “Rap do Solitário”, “Porque te amo”, “Vou catucar”, “Tudo é Festa” e “Garota nota 100”.

O artista é da geração de funkeiros que estourou na década de 90, época do auge da Furacão 2000. Frequentou festas e programas de auditório ao lado do DJ Marlboro, Claudinho e Buchecha, Copacabana, Latino, entre outros. Juntos, disseminaram o funk para todo o país.

“Minha geração eu acho que as letras eram mais bem elaboradas, eram uma letra mais consciente e tal”, disse à TV Globo.

Uma vida de música e superação

Marcinho nasceu em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e trocou o sonho de ser jogador de futebol para virar MC. Na adolescência, foi morar em Bangu, na Zona Oeste da capital, e nunca mais saiu.

“Aqui encontrei a minha felicidade”, dizia.

A internação está longe de ser raridade na vida de Marcinho. Desde o início dos anos 2000, foram muitas lutas para sobreviver. Em 2006, sofreu um grave acidente e ficou oito meses no hospital. A van onde estava com sua equipe bateu em um ônibus, causando a morte de duas pessoas.

Muito ferido, Marcinho foi levado a um hospital particular para tentar evitar que tivesse que amputar a perna, o que aconteceu. Mas o artista não tinha plano de saúde, e os custos da internação o levaram a gastar todo o dinheiro que havia acumulado na carreira.

Para se recapitalizar, voltou aos palcos ainda de cadeira de rodas, com a perna imobilizada, em recuperação.

Ainda em 2006, meses após o acidente, um livramento. Bandidos deram quatro tiros em direção ao carro de Marcinho e da família durante uma tentativa de assalto. Apenas a mulher dele ficou ferida levemente, na mão, por estilhaços.

A volta a fazer shows de pé foi em 2008. Afastado da grande mídia, ganhava dinheiro com shows em festas de aniversário, 15 anos e casamentos.

Em 2019, outro susto: um princípio de infarto o levou novamente ao hospital.

Em 2020, chegou a ser internado no CTI devido à complicações da Covid-19. Ao receber alta da terapia intensiva, ele postou um vídeo agradecendo a todos que o ajudaram e o apoiaram, falou ao público para levar a sério a doença.

No ano seguinte, o funkeiro ficou em coma por quatro dias em decorrência de uma infecção bacteriana no pé esquerdo. A doença atingiu o pulmão, e Marcinho passou mais três meses no hospital.

A última internação havia sido em julho de 2021, quando o cantor implantou um marca-passo devido a problemas cardíacos.

Foi justamente para ajustar esse marca-passo que o Marcinho foi hospitalizado pela última vez, em maio deste ano.

Uma parada cardíaca no último dia 10 o levou para o CTI, onde foi necessário o uso da ECMO, uma espécie de pulmão artificial que troca o CO² por oxigênio no sangue, fora do corpo. Dias depois, foi implantado um coração artificial no cantor, mas ele não resistiu.

Uma grande perda para a música nacional e para a cena do funk no nosso país. Sentimentos à família, amigos e a legião de fãs do nosso eterno garoto nota 100!

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