Estamos passando por um momento difícil, diferente de todos os que já vivemos. Chegou a hora de seguir as recomendações das autoridades da saúde, ficar em casa e ter consciência de que é importante proteger o próximo na luta contra o coronavírus.

Porém, estar em casa soou como uma prisão domiciliar para muitas pessoas que, acostumadas com o ritmo de trabalho frenético, foram obrigadas a desacelerarem. Está acontecendo com você ou com alguém da sua família?

Foto: divulgação

Convidei Nereida Vianna, psicóloga e professora de cursos ligados à gestão de negócios do Senac, para nos ajudar diante do natural sentimento de ansiedade que está causando desconforto na adaptação repentina de uma nova rotina urgente e necessária. E confira como algumas leitoras estão encarando a quarentena.

Sintomas que podem se manifestar no isolamento

A primeira pergunta me vem à cabeça é: como saber se você está precisando de ajuda por sofrer de ansiedade? Nereida Vianna destaca os principais sinais que as pessoas, normalmente, apresentam.

— Dificuldade de concentração

— Pensamentos negativos

— Agitação interna (dispersão do foco)

— Vontade de sair de casa

— Irritação

— A toda hora, está beliscando alguma coisa na geladeira

— Fica trocando, constantemente, a programação da TV

— Vontade de chorar

— Algumas reações físicas como: sudorese, falta de ar, boca seca, náusea, ondas de calor, tensão muscular e dores no peito

Cinco mandamentos para manter a saúde mental no confinamento*

— Tenha ciência de que você está no controle, mesmo em um aparente descontrole.

— Procure realizar algumas atividades que lhe dão alegria: conversar com um amigo, assim como aprender uma nova habilidade.

— Trabalhe o afeto. Assista a filmes que valorizem conquistas, realize leituras que tragam alternativas positivas, faça chamadas de vídeo com  amigos e familiares e passe a dizer mais “Eu te amo”.

— Leve o seu carinho e o seu apoio a alguém. Lembre-se de quem precisa de você e faça algo por esta pessoa.

— Comece a desenvolver habilidades e atitudes que, á um bom tempo, estavam guardadas para quando você tivesse tempo. A hora é agora!

Fonte: Nereida Vianna, psicóloga e professora do Senac

Para minimizar os efeitos

A especialista faz um alerta sobre a necessidade de entendermos que os pensamentos se refletem nas nossas ações.

— É importante fazer um esforço para minimizar a ansiedade e termos a consciência de que estamos no controle da situação. Procure desenvolver um olhar de oportunidade. Acredito que, em várias situações, podemos ver com os olhos das possibilidades, do aprendizado. Não estou dizendo que seja fácil, mas é uma escolha — explica Nereida:

— A ansiedade vai contribuir para que se encontre alternativas produtivas? Não. Ela irá cegar e atrapalhar.

Deixa eu te contar

Para conseguir manter a produtividade em casa, estabeleci uma rotina, principalmente para trabalhar e apresentar os meus programas da rádio com excelência. Primeiro, gosto de manter o despertador para acordar.

Logo depois, tomo um belo banho e deixo o pijama somente para a hora de dormir. Pode acreditar: pequenos detalhes estão fazendo diferença no meu dia a dia. E consigo deixar a preguiça bem longe!

O que andam fazendo nossas ouvintes e leitoras:

“Trabalhando oito horas diárias em casa, na companhia do filho”.
Vanusa Drese, 42 anos, vendedora, do bairro Santa Rita, em Guaíba.

“Para entreter na quarentena, fiz bolo de chocolate com coco e cobertura de chocolate, granola e mel”.
Michelle Ferreira, 41 anos, confeiteira, do bairro Jardim do Bosque, em Cachoeirinha.

E você, o que anda fazendo?