Essa foi a frase que minha mãe me disse depois do meu desabafo sobre um dia corrido, cheio de compromissos e com pouco tempo para meu filho. Foi essa semana que eu achei que deveria dividir esse momento aqui na coluna porque tenho certeza que outras mães e pais vão se identificar.

É como se nosso dia tivesse que ganhar mais algumas horas para gente poder fazer tudo, ou que tivessemos duas de nós, um clone, mas não é assim. Tem dias que a gente não dá conta de tudo nem de todos.

Não são todas as pessoas que podem ficar em casa com os filhos e acompanhar de perto a criação deles. Eu não consigo e nem posso. Preciso trabalhar com que me faz feliz para me sentir realizada e conseguir passar para minha família o quanto sou feliz fazendo o que faço. E acho importante que o Matheus, que tem apenas nove meses, comece aos poucos a entender que é preciso fazer o que a gente gosta. Mas tem dias mais pesados que outros.

Na última terça-feira saí de casa as oito da manhã, depois de um beijo e um abraço forte no Teteu (apelido do Matheus). Trabalhei até meio dia, fui para uma gravação que durou até às cinco da tarde e de lá corri para outro compromisso. Resumindo, cheguei em casa mais de oito da noite.

Quando entrei já notei o silêncio, ninguém no carrinho, nem engatinhando, nem no colo da Eli, a melhor babá do mundo. Não adiantou, por mais que eu quisesse ter asas e voar sobre os carros, eu não cheguei a tempo de dar a janta, nem dar banho, nem fazer a oração e tampouco fazer o Teteu dormir, ele se entregou antes. E eu desabei. Chorei por não conseguir dar boa noite nem o beijinho antes do sono. Culpa. Acho que sim.

Enxuguei as lágrimas, dei um beijo nele e liguei para minha mãe.

“Oi mãe, não consegui voltar a tempo de ficar com o Matheus, acho que tô pegando pesado com ele, tô me sentindo tão culpada”.

A minha mãe, que sempre trabalhou, me acalmou e com todo carinho que é típico dela, me disse:

 “hoje não deu mas amanhã vai dar. Não pensa na quantidade, mas na qualidade do tempo quando vocês estiverem juntos”.

Pimba! Duas fichas caíram ao mesmo tempo. Primeira: a gente só consegue entender melhor nossa mãe quando viramos mãe, e segunda: não é sobre “ficar com” mas “estar com”.

No dia que escrevi essa coluna consegui chegar cedo em casa, tirei a roupa do trabalho, coloquei bermuda, camiseta e chinelo e fomos para pracinha.

Hoje deu. Eternizei esse momento com essa foto.

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